Monday, April 6, 2009

Estilos de Aprendizagem AVK e um exemplo de "Enxertia por Garfo para Aprendizes de Jardinagem"

Ontem estive no campo. Sou uma pessoa do campo, vivi até aos seis anos numa pequena vila no Norte de Portugal. Mas a vida contextualiza de forma profunda a nossa forma de ser, a importância que damos às coisas e infelizmente o que consideramos que é importante aprender. O nosso cérebro com o tempo torna-se especializado e partes dele torna-se preguiçoso. É muito importante que treinemos estas partes tal como fazemos com os diversos músculos e articulações do corpo. O aprender coisas descontextualizadas com o nosso dia a dia, o nosso trabalho, a nossa rotina, as nossas leituras é precisamente o "exercício mental" que devemos fazer para exercitar as áreas menos preparadas do cérebro. Se somos uma pessoa com um estilo de aprendizagem muito orientado para a área esquerda do cérebro, então devemos fazer a nossa ginástica mental para o lado direito ou o inverso. Se somos muito auditivos então reforcemos a aprendizagem mais Visual ou aspectos mais Tacteais/Cinestésicos, ou inverso. Isto com certeza não vai mudar o nosso estilo(s) predominante(s) de aprendizagem, mas permite que "os músculos cerebrais" menos usados tenham a sua dose de treino semanal - para se iniciar na noção de estilo de aprendizagem AVK consultar:

Portanto hoje vou partilhar algo que aprendi, ouvindo e visualizando cerebralmente o processo sem o executar na prática(longe do meu estilo preferencial). O tema é muito diferente dos meus estudos em computação gráfica, tratamento de imagem, inteligência artificial, estilos de aprendizagem (académico) ou gestão de projectos (profissional), trata-se apenas e simplesmente de um tipo de enxertia que podem fazer nos vossos jardins, vasos ou canteiros.

O que é a enxertia, na Wikipédia diz: "A enxertia é a união dos tecidos de duas plantas, geralmente de diferentes espécies, passando a formar uma planta com duas partes: o enxerto (garfo) e o porta-enxerto (cavalo).". Num esforço de treinar a minha parte direita (leia-se criativa do cérebro) peguei na minha máquina fotográfica ( e fotografei um enxerto em garfo, numa ameixoeira brava e muitas outras flores e árvores - ver filme), e ouvi atentamente a explicação que me foi dada, tentando visualizar interiormente (leia-se cerebralmente) cada palavra da explicação.

Numa síntese desta aprendizagem que combinou três estilos auditivo, visual e cinestéctico aqui vai a minha explicação para "Como Fazer uma Enxertia em Garfo para Aprendizes":

1: Escolher um porta-enxertos (leia-se árvore ou planta receptora), com aspecto forte e saudável, sem aparência de pragas e bem localizada em termos de orientação solar e posicional. Deve escolher-se um porta-enxertos, capaz de receber a espécie de garfo alvo da enxertia, a recomendação vai para uma espécie de garfo semelhante ao porta enxertos. Um porta-enxertos menos sensivel ás espécies e o marmeleiro. Deve ainda limpar-se de impurezas e sujidades desnecessárias a área alvo da operação de enxertia. Os ramos do cavalo devem ter um diâmetro semelhante ao garfo ou caso o porta enxertos seja significativamente maior, sugiro a implantação de dois garfos num só cavalo.
2: Procede-se ao corte do ramo, com tesoura de poda, ou instrumento adequado ao diâmetro do porta-enxertos (imagem 1 da figura) e executa-se um corte com uma navalha de enxertia (ou semelhante), este golpe deve ser preciso, que não danifique de qualquer forma o cavalo. Proceda em seguida a preparação do garfo, assegurando superfícies de corte perfeitamente lisas sem lascas ou lanhos adicionais e sem sujidade. Se pretender colocar dois garfos num só cavalo maior então o lado interior garfo não deve ter casca.


3: Neste passo faça a inserção do garfo no cavalo (2 da figura) assegurando que a casca do porta enxertos está perfeitamente alinhada com o garfo. Se possuí dois garfos então deve assegurar que ambos os lados do porta enxerto estão correctamente alinhados com o cavalo.

4: Use um plástico resistente a UV (mas biodegradável), para com uma corda amarrar o garfo(s) ao cavalo. dê uma forma de cone a folha de plástico para poder envolver com terra húmida, fina ou mesmo argilosa o garfo e respectiva união com o cavalo (ver foto). Muito Importante não deixe ar no interior, este facto é suficiente para que o enxerto não pegue.
Nota sugerida pelo especialista em jardinagem, que deu origem a estas notas (Dr. Adalberto Mota) que corrige e completa a descrição feita: "Lembro-te que falta referir que após a colocação do garfo no cavalo se tem de atar com firmeza a zona da fenda, no cavalo com ráfia natural (o mais comum e o que utilizei) porque acaba por desfazer à medida que o hematoma se desenvolve. Contudo algumas pessoas atam com fio de nylon que depois tem de ser aliviado e posteriormente retirado. Esta última opção facilita no momento de atar porque a ráfia não é tão resistente. Um aspecto que certamente não te esquecerias de dizer era o facto de a ráfia ser biodegradável!"
Muito Importante: qualquer erro que esta descrição contenha é pura e simplemente a minha má interpretação e falta de capacidade de sistematizar da excelente explicação dada pelo autor dos enxertos e da explicação, pelo que peço desde já desculpa ao leitor e ao Dr Adalberto Mota por qualquer incorrecção.
Créditos:
Imagens obtidas com autorização do Dr Adalberto Mota no seu Jardim, Abril 2009
Explicação original obtida por síntese pessoal da descrição do Dr. Adalberto Mota



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